Olá! Sou a Anna, mãe de primeira viagem! Tenho uma menina linda,
chamada Abigail (para quem desconhece, é o nome de uma das esposas de
Rei David na Bíblia e significa “alegria do meu pai”) que completa 4
meses no final deste mês!
Estou a adorar ser mãe e sei que com
os diferentes desafios posso crescer muito como pessoa e aprender com a
minha pequenina a dar mais de mim e pensar mais nos outros do que em mim
mesma!
A minha gravidez correu bem no geral, apesar de ter tido
inchaço e muitas dores nos pés e dores de costas para além dos sintomas
mais habituais.
Durante o final da gravidez comecei a frequentar
aulas de preparação com o meu marido e essas aulas ajudaram-nos muito
em termos não só informativos mas também em termos psicológicos e
puseram-nos a pensar sobre como queríamos que fosse o parto. O nosso
desejo, tal como o de muitos pais, era de fazer o melhor para a nossa
bebé e sentimos que um parto mais humanizado seria uma forma mais
natural de dar à luz, sendo que intervenções médicas seriam reduzidas ao
mínimo possível. Assim sendo, contratamos uma equipa de parteiras para
nos orientar no final da gravidez e para nos ajudar no próprio dia do
parto a ter um parto natural! Na altura escrevi um plano de parto
detalhado em que basicamente disse que só queria intervenções se fosse
realmente necessário. Planei ter um parto natural, sem epidural, dentro
da água e com velas e música a tocar. Para além disso, queria ficar em
casa maior parte do tempo para poder estar mais relaxada.
No
entanto, como sempre acontece, o parto não corre exatamente como
planeado! Acordei ao meio da noite no dia em que fazia exatamente 41
semanas (por volta da uma e meia da manhã) com umas dores estranhas!
Pensava que tinha ar preso e fui à casa-de-banho e passado um pouco
fiquei melhor mas depois voltou a acontecer! Estive mais ou menos
meia-hora assim. Nisto, meu marido acordou e pensava que não era nada,
já que eu não conseguia articular bem o que se estava a passar, até que
ele começou a reparar na regularidade com que eu ia à casa-de-banho e
disse que eu estava em trabalho de parto! Mesmo assim não estava certa
que era isso, dado que as dores eram diferentes do que eu estava à
espera mas lá pedi o meu marido para trazer a máquina TENS que uma amiga
tinha me emprestado e colocamos nas minhas costas. Foi nessa altura que
comecei a ver que devia ser mesmo o trabalho de parto e a partir daí,
por estranho que pareça, as coisas começaram a ficar mais fáceis. Penso
que é muito máis fácil aceitar a dor quando sabemos o porquê! Ainda por
cima, tinha a máquina TENS que me ajudou imenso!
Passado uma meia
hora de ter colocado o meu marido telefonou à parteira e contou-lhe o
que se estava a passar e que as contrações estavam já de 5 em 5 minutos
mas ela pensava que estávamos a “exagerar” e que ainda ia demorar! No
entanto, ela concordou em vir lá a casa mesmo que depois tivesse que ir
embora. Então uns 45 minutos depois lá chegou e quando viu o meu estado
já não pensou mais em ir embora tão cedo! As contrações estavam próximas
e já estava com 4 cm dilatação. Passado meia hora ela foi ver de novo e
já estava com 7 cm! Foi aí que decidiu que era hora de ir ao hospital
mas em vez de ir no carro dela veio no nosso para o caso de acontecer
alguma coisa no meio do caminho!
Chegamos ao hospital às 6 e fui
quase logo para a piscina para relaxar. Tive que tirar o TENS mas como
estava na água, não senti muito desconforto. No entanto, fiquei tão
relaxada dentro da água que o trabalho de parto ficou mais lento (apesar
de estar com 10 cm) e nada estava a acontecer. Por outro lado, a minha
filhota estava numa posição em que tornou mais difícil a
parte de “empurrar” pois tinha a mão perto da cabeça e o cordão umbilical estava à volta da mão!
Passado
umas duas horas de estar na piscina, as enfermeiras decidiram que
talvez seria melhor sair e tentar fazer a última parte numa posição
diferente. No fim o que resultou melhor foi estar sentada a fazer força
numa barra! E foi assim que a minha filha nasceu às 10.02 dessa manhã!
Como o trabalho de parto tinha sido rápido nem nos lembramos da música e
das velas e por causa do relaxamento o parto não foi dentro da água.
No entanto, consegui ter um parto natural sem intervenções ou epidural e
não fico triste por não ter sido como tinha planeado porque correu tudo
tão lindamente e foi uma experiência tão positiva que posso realmente
dizer que foi um parto abençoado.